Há algum tempo eu me dedico a estudar o Departamento de Pessoal, na verdade já são quase 25 anos de vivência neste setor, tive o privilegio de não pular etapas e passar por todas as carteiras, trabalhei em grandes empresas, nos mais diversos segmentos, até chegar o nível de Auditor, Perito, Palestrante e Consultor, viajando por várias cidades desse Brasil e conhecendo e aprendendo com muita gente. Na minha humilde visão percebi que pessoas que compõe esse setor, em sua maioria não estão preparadas para a modernidade que o eSocial trouxe para as empresas. Sempre comento em meus treinamentos que o perfil do profissional da área de DP mudou, mas ainda falta muita coisa, pois o eSocial não trouxe apenas mudança na forma de envio das declarações e informações aos órgãos fiscalizadores, mas veio exigir um conhecimento profundo da legislação daquele individuo que está enviando os eventos para os órgãos. Hoje a linguagem exigida é qual o evento tal, mas ainda falta saber de fato qual o artigo que aquele evento está relacionado e qual a relevância, penalidade e muitas vezes o prazo de envio daquele evento. Nas auditorias realizadas percebo esse tipo de deficiência e ainda existem pessoas que dizem que o sistema fará tudo e a obrigação de checar está com o pessoal da TI, como se o eSocial fosse simplesmente uma substituição da Sefip, sem uma análise criteriosa dos eventos S-1000, S-1005, S-1010, S-2200, S-1200 e S-1210, e o S-1299, mas, e quando houver erro, em que momento envio o S-1295 ou baixo o eSocial BX, o eSocial veio substituir 15 declarações, e o art 225 do Dec 3048/99 define em seu texto qual a exigência e obrigatoriedade que as empresas terão a partir de agora no que diz respeitos aos trabalhadores que lhes prestam serviços, enfim, falta essa expertise que o eSocial exige dos responsáveis pelo envio da informação. Eles esquecem que hoje as empresas outorgam poderes através de um certificado digital onde essa informação de contato é encaminhada para os órgãos no evento S-1000. Finalmente voltamos a era do estudo obrigado, da análise, da subjetividade, da desconfiança, da responsabilidade, e do descentralismo, hoje ganha espaço quem trabalha em equipe e sabe entender quando precisa do outro, não há mais espaço para indivíduos rancorosos e centralizadores, pois a modernidade chegou e com certeza a culpa não será do estagiário, mas daquele ou daquela que se diz experiente e preparado, é tempo de diminuir para crescer, é tempo de compartilhar, é tempo de voltar ao inicio e compreender o significado das siglas, palavras e eventos que no dia a dia citamos, a exemplo de FPAS, RAT, CNAE, CAEPF, CNO, eSocial, EFD Reinf, DCTF Web, Lotação Tributária, Classificação Tributária, Natureza Jurídica, Processo Administrativo ou Judicial, R-1010, R-1070 ou seja, acabou o tempo do achismo, pois o nosso CPF estará atrelado a um e-CPF (certificado digital) com poderes para representar a empresa junto aos órgãos, então, acorde e veja o eSocial como uma oportunidade de crescimento, lembre-se que quem tem CONHECIMENTO TEM PODER.
Por Heleno Rocha
Professor universitário de graduação e pós-graduação, Palestrante do CRC-BA, Consultor, Contador, Perito, Auditor nos Processos de Administração de Pessoal e RH, Especialista em eSocial, Pós-Graduado em Perícia Contábil, tendo atuado como consultor da FVC Consult.
Vem contribuindo com algumas das mais renomadas IES da Bahia: UCSAL, UFBA, UNEB, UNIME, UNIFACS, UNIJORGE, Visconde de Cairu e mais.
Foi coordenador de RH e consultor de diversas empresas nacionais e internacionais nos mais variados segmentos, atuando na área Previdenciária e Trabalhista há mais de 20 anos.
Diretor do Grupo H12 Consultoria, Contabilidade e Treinamentos e Sócio da CSC Contabilidade e Consultoria, Consultor e Palestrante do IEL, CIEB, SESI.
Excelente artigo professor!
Essa realmente tema nova visão do departamento pessoal.
O meu TCC fala sobre esse tema:
O perfil do profissional do departamento pessoal na era do conhecimento com o advento do Esocial.
irei destacar um ponto de sua fala e lhe dá o crédito.
Sucesso para o senhor!